Região Centro-Oeste, 18 de junho de 2025

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Conflito no Oriente Médio pode impactar o agronegócio e deixar alimentos mais caros no Brasil

Irã e Israel são grandes produtores de fertilizantes nitrogenados e o Brasil é dependente de importações
Fertilizantes nitrogenados já registraram alta nos preços após agravamento dos conflitos no Oriente Medio-Mapa

agravamento do conflito entre Israel e Irã já provoca impactos relevantes no mercado global de fertilizantes nitrogenados. A região tem importantes produtores do insumo, como Irã e Egito, e os últimos acontecimentos aumentaram a apreensão do mercado em relação à oferta destes insumos. Os preços da ureia por exemplo já estão em alta desde a semana passada, quando os conflitos foram intensificados.

A alta nos custos de fertilizantes nitrogenados pode impactar o custo de produção agrícola no Brasil deixando os alimentos mais caros. Estes insumos são normalmente comprados com antecipação e, neste momento, as compras são para produzir a safra 2025/2026.

De acordo com o analista de Inteligência de Mercado da consultoria StoneX, Tomás Pernías, embora não haja relatos de danos diretos à infraestrutura produtiva de fertilizantes nos países envolvidos, os efeitos indiretos já são perceptíveis. “Na sexta-feira (13), as notícias sobre o conflito impulsionaram os preços futuros da ureia nos Estados Unidos, no Oriente Médio e no Brasil, refletindo a percepção do mercado de que o evento representa um fator de alta”, afirma.

Entre os desdobramentos observados, Israel reduziu a produção de gás em polos importantes, o que impactou diretamente o Egito, que utiliza esse insumo na fabricação de fertilizantes. Como resultado, a produção de ureia egípcia foi interrompida. No Irã, as incertezas geopolíticas também levaram à redução na produção de nitrogenados. “Diante do cenário de instabilidade, diversos fornecedores optaram por retirar suas ofertas do mercado até que haja mais clareza sobre os efeitos do conflito na oferta e na demanda”, complementa Pernías.

Outro fator de atenção é o aumento do preço do petróleo, verificado desde a intensificação das tensões. “Se essa valorização se prolongar, pode elevar os custos de fretes marítimos e rodoviários”. Isso adiciona mais um componente de pressão sobre os custos de importação”, explica o analista.

Pernías acrescenta que o cenário merece atenção especial do Brasil, que é fortemente dependente das importações de fertilizantes nitrogenados. Com a proximidade dos preparativos para a safra de soja e para a safrinha, período de alta demanda por fertilizantes, a volatilidade nos preços internacionais pode afetar diretamente o custo de produção agrícola no país. “Embora os impactos sobre os preços da ureia no Brasil ainda não estejam completamente definidos, o momento não é favorável para os compradores, especialmente os que ainda não realizaram suas aquisições”, conclui.

Fonte: Agroband

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