Uma pequena cigarrinha, com apenas alguns milímetros, está se tornando uma grande dor de cabeça para agricultores europeus. Conhecida como cigarrinha-dos-juncos (Pentastiridius leporinus), essa praga está se espalhando rapidamente e já causa prejuízos em plantações de beterraba açucareira, batata e até tomate.
O inseto, que antes vivia apenas em áreas alagadas sem causar danos, sofreu uma mutação e agora ataca cultivos essenciais para a alimentação e a indústria. Além de sugar a seiva das plantas, ele transmite uma bactéria que provoca a síndrome “basses richesses” (SBR), reduzindo o açúcar nas beterrabas e afetando o crescimento das lavouras.
Por que essa praga é tão perigosa?
- Difícil detecção: o inseto danifica as plantações de dentro para fora, só sendo percebido quando o estrago já está feito.
- Sobrevive ao inverno: antes restrito a climas mais quentes, agora se esconde nas raízes de cereais como o trigo, driblando a rotação de culturas.
- Crise climática piora o cenário: com temperaturas mais altas na Europa, a praga se reproduz e se espalha mais rápido.
Dr. Michael Rostás, entomologista da Universidade de Göttingen, alerta “A expansão dessa cigarrinha para outros países europeus é inevitável. Precisamos agir antes que ela cause uma crise maior na produção de alimentos.”
O que está sendo feito para conter o avanço?
A Alemanha já liberou pesticidas emergenciais, mas especialistas afirmam que a solução definitiva exige:
- Técnicas genéticas como CRISPR para desenvolver plantas resistentes.
- Monitoramento em tempo real entre agricultores.
- Mudanças nas leis da UE para acelerar inovações no combate a pragas.
Enquanto isso, o risco cresce. Se nada for feito, a cigarrinha-dos-juncos pode desestabilizar o abastecimento de alimentos em toda a Europa.
Por que você deve se importar?
Crise global de alimentos: se a praga chegar a outros continentes, cultivos como soja e milho podem ser afetados.
Preços mais altos: menos produção significa aumento no custo de açúcar, batata e derivados.
Sinal de alerta: mostra como mudanças climáticas estão acelerando pragas agrícolas.
Países como França e Polônia já monitoram a possível chegada do inseto. O Brasil, maior produtor de cana e soja, também deve ficar em alerta.
Fonte: Agro em Campo