Região Centro-Oeste, 12 de fevereiro de 2025

Variedade de feijão guandu é adubação verde que combate pragas e alimenta animais

BRS Guatã é rica em proteína para o gado, além de ser opção para produção de cobertura, adubo verde e solução integrada para o manejo de pragas no Sudeste e Centro-Oeste
BRS Guatã tem como principal potencial o controle de nematoides. Foto: Lívia Mendes de Castro/Embrapa

Uma variedade de feijão guandu pode ser usada como planta de cobertura, adubação verde, ser uma solução integrada para o combate de pragas como os nematoides no solo e ainda auxiliar na alimentação de bovinos durante a época seca.

A Embrapa apresenta ao setor produtivo a nova cultivar BRS Guatã, que pode ter todas essas contribuições auxiliam na recuperação de pastagens degradadas e no controle desses parasitas.

Variedade de feijão guandu

Controle de nematoides

A principal característica da BRS Guatã é o potencial para controlar nematoides pelos danos que causam à agropecuária nacional. A variedade é uma opção eficaz para os produtores rurais no controle desses parasitas, uma vez que eles não se multiplicam nessa cultivar.

A cultivar auxilia no combate aos nematoides, que causam prejuízos anuais à agricultura nacional de R$ 35 bilhões, segundo a Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN), uma vez que atacam culturas de grande relevância econômica, como soja, cana-de-açúcar e feijão.

As pesquisas realizadas pela Embrapa Pecuária Sudeste (SP) mostraram que a BRS Guatã tem potencial para controlar quatro nematoides de grande ocorrência, principalmente, na soja e na cana-de-açúcar, que são: Pratylenchus brachyurus; P. zeae, Meloidogyne javanica e M. incógnita.

Esses pequenos vermes afetam significativamente a produção, porque parasitam as plantas retirando substâncias nutritivas e injetando elementos tóxicos no interior da célula vegetal. As larvas penetram nos tecidos da raiz e formam pequenos tumores, podendo chegar até as folhas, flores e frutos.

Outros benefícios
BRS Guatã é rica em proteína para o gado, opção como planta de cobertura e adubo verde.
BRS Guatã é rica em proteína para o gado, opção como planta de cobertura e adubo verde. Foto: Gisele Rosso/Embrapa

A BRS Guatã agrega mais benefícios do que as crotalárias – que também são eficientes no combate aos nematoides – como a descompactação do solo, a alimentação animal e a cobertura do solo.

Além disso, a leguminosa apresenta grande potencial para contribuir com a sustentabilidade da pecuária, promovendo a saúde do solo, a redução de custos com defensivos agrícolas e fertilizantes e o aumento da produtividade animal.

A utilização dessa cultivar mostra-se bastante promissora em algumas regiões do Brasil, como Sudeste e Centro-Oeste para a intensificação equilibrada e inteligente da pecuária, conciliando produtividade e preservação ambiental.

Pecuária e pastagens
Cultivar oferece solução para o manejo de pragas, produção de alimentos e sustentabilidade.
Cultivar oferece solução para o manejo de pragas, produção de alimentos e sustentabilidade. Foto: Gisele Rosso/Embrapa

Para a alimentação animal, o guandu é uma leguminosa rica em proteína, com teor em torno de 15%, e com alta capacidade de se associar às bactérias que realizam fixação de nitrogênio no solo.

É uma alternativa de baixo custo para a suplementação volumosa de bovinos durante a seca, que permite aumentar a taxa de lotação por hectare e reduzir a escassez de forragens, comum no período seco, resultando em maior ganho de peso dos animais.

A nova cultivar demonstrou ser uma alternativa viável para a produção de cobertura morta e adubação verde em rotação com outras culturas. Em testes, produziu três toneladas de massa seca por hectare na condição de sequeiro e 3,3 toneladas por hectare com irrigação. Essa pequena diferença evidencia a alta tolerância dessa leguminosa ao déficit hídrico.

A variedade tem ciclo vegetativo mais curto em comparação a outras cultivares de guandu, o que antecipa a disponibilidade de forragem para os animais, já que seu consumo aumenta durante o florescimento. que ocorre cerca de 30 dias antes do que a BRS Mandarim.

Quanto ao porte e a estrutura da planta, a cultivar tem altura intermediária com caules mais finos e flexíveis, facilitando os tratos culturais.

Adubação verde

A partir da adubação verde, a BRS Guatã possibilita o fornecimento em torno de 80 a 120 kg de nitrogênio por hectare, realizando a ciclagem de nutrientes importantes para o solo. A decomposição da biomassa libera nutrientes como nitrogênio, fósforo, potássio e micronutrientes, beneficiando o cultivo subsequente.

Com todos esses benefícios, a BRS Guatã oferece uma solução integrada para o manejo de pragas, à produção de alimentos e à sustentabilidade dos sistemas produtivos.

Aquisição de sementes

O BRS Guatã está sendo vendido por empresas e produtores de sementes parceiros da Unipasto (Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras).

Saiba aqui onde adquirir sementes e outras informações sobre a BRS Guatã.

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