Desde o início da manhã desta quinta, 8, milhares de produtores rurais de diversas regiões do Rio Grande do Sul participam do Tratoraço na capital Porto Alegre. Além de 60 ônibus, mais de 320 tratores foram usados pelos agricultores para a mobilização, que conta com a presença do governador gaúcho Eduardo Leite. O ato organizado pelo Movimento SOS Agro RS é realizado no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, na região central da capital.

De acordo com a coordenadora do Movimento SOS Agro RS, além da Medida Provisória prometida pelo governo federal para o perdão das dívidas, serão feitas mais cobranças. “A MP não foi atendida aos produtores, estamos aqui com uma cobrança maior, vamos cobrar agora os nossos deputados e senadores para que façam as emendas necessárias para melhorar esta MP e ainda estamos no aguardo do decreto que o ministro da Agricultura prometeu”, explica Graziele de Camargo.
Durante discurso para uma plateia lotada de parlamentares estaduais e federais ligados ao agronegócio e representantes de entidades do setor produtivo, o governador do RS afirmou que não faltará quem diga que esse movimento tem conotação partidária e de oposição. “Não se trata de um movimento de oposição para fustigar, para desgastar. Essa Medida Provisória não é nem de perto suficiente para atender às demandas do Rio Grande. E a regulamentação nem veio. Brasília tem optado pelo caminho mais difícil”, afirmou.

De acordo com representantes dos movimentos, a mobilização deve se estender durante toda a tarde. “Logo depois do meio-dia, devemos fazer uma caminhada, com agricultores a cavalo e em alguns tratores, até a sede do Ministério da Agricultura no RS, para entregar uma carta com as demandas”, conta ao Agro Estadão uma das organizadoras do movimento, a presidente do Sindicato Rural de Barra do Ribeiro, Marilia Lazzarotto Terra Lopes.

Mobilização cobra ações práticas de ajuda ao agronegócio gaúcho
Organizado após as enchentes do final de abril e início de maio no Rio Grande do Sul, o Movimento SOS Agro RS já realizou outros dois atos – em Rio Pardo e em Cachoeira do Sul. A mobilização tem como objetivo sensibilizar o governo federal sobre as necessidades dos produtores do estado que perderam a produção, propriedades e máquinas.
Em carta aos produtores rurais, o movimento manifestou frustração com a Medida Provisória 1247, publicada na última semana, que trouxe medidas de apoio ao setor produtivo. No entanto, reconheceu “algumas vitórias importantes, como a alteração da data dos decretos de emergência e calamidade como pré-requisitos para acessar as linhas de renegociação”.
A MP ainda depende de um decreto para regulamentação. A publicação no Diário Oficial da União foi prometida para esta semana.