Além da troca de presentes e da reunião familiar, outra tradição natalina é servir uma carne como principal da ceia. As mais consumidas são o peru e o chester. Outra opção que completa o cardápio nas comemorações é o tender. Mas, afinal, você sabe qual a diferença entre elas?
Chester
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A ave, desenvolvida nos Estados Unidos, chegou no Natal brasileiro na década de 1970. Oferecendo suculência e fartura, não foi difícil conquistar os consumidores. O que você talvez não saiba é que estas características só são possíveis graças ao melhoramento genético da espécie.
Pesquisadores selecionam genes espécies do frango comum para desenvolver a musculatura do peito e das coxas. Por isso, 70% da carne fica concentrada na região, o que a faz ser duas vezes maior que sua “matéria-prima”.
Este detalhe também ajuda a explicar o nome: chester deriva da palavra chest, em português, peito.
“A genética dos frangos para a venda no supermercado é a mesma das aves natalinas. Porém, o chester é um pouco diferente por utilizar uma linhagem de maior desenvolvimento de peito do que a genética convencional”, explica Elsio Figueiredo, pesquisador da Embrapa.
O sistema de produção é basicamente o mesmo. As aves são criadas confinadas e alimentadas com ração. Diferente do peru, em que a fêmea é abatida para atender os consumidores no Natal, é o macho, no caso do chester, o produto principal.
Peru
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Com origem na América do Norte, a ave pertence à espécie meleagris gallopavo. Por ser uma carne mais magra, sem tanta gordura entremeada, costuma ser mais seca. Ainda assim, conquista pelo sabor intenso.
Curiosamente, no Brasil, a proteína não é costuma fazer parte das refeições fora das festas de fim de ano. De acordo com dados da BRF, a média anual de consumo por pessoa é de 2 kg. Em outros países, como Israel, o valor salta para 11 kg.
Em 2022, das 162 mil toneladas de peru produzidos no Brasil, 63% foi direcionado ao mercado interno, enquanto 37% foi exportado, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Suínos e Aves. As criações se concentram nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
O peru se adapta bem a diferentes climas e tem um manejo fácil, sem necessitar de muito espaço para viver. A rusticidade e a resistência também contribuem na lida, embora seja necessário mais cuidado nos primeiros meses de vida devido à imunidade.
O ciclo de produção varia de acordo com a categoria animal — se é fêmea ou macho — e dura de 60 a 130 dias. As fêmeas são abatidas para a época do Natal quando chegam a 4 kg.
Tender
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Apesar da carne de frango ser a mais comum no Natal, os suínos têm ganhado espaço na ceia brasileira. Também utilizada nas festas de Ano Novo, o tender é fabricado com pernil suíno. A peça passa pelo processo de cozimento, salga, cura e, por fim, desossada para a venda.
De sabor mais acentuado, com leve defumado, a carne é firme, pouco gordurosa e se assemelha ao presunto. Por isso, nos Estados Unidos, o tender recebe o nome de glazed ham, em português, presunto glaceado.
A lista de estados que mais abateram suínos em 2022, de acordo com a Embrapa, tem: Santa Catarina (32%), Rio Grande do Sul (20%), Paraná (19%), Minas Gerais (9%), Mato Grosso (6%), Mato Grosso do Sul (5%), São Paulo (3%) e Goiás (3%) com maior representatividade.