A safra 2024/25 avança em ritmo acelerado em Mato Grosso, maior estado produtor de grãos do Brasil. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a semeadura do milho foi concluída nesta sexta-feira (28/03), alcançando 100% das áreas previstas para o ciclo. Ao mesmo tempo, a colheita da soja atingiu 99,92%, consolidando a transição entre as duas culturas com níveis próximos da normalidade, apesar dos desafios climáticos registrados em parte do ciclo.
Milho avança com leve atraso, mas supera média histórica
O plantio do milho apresentou um avanço semanal de 0,06 ponto percentual, encerrando a operação no estado. Apesar do encerramento ter ocorrido uma semana depois em relação à safra anterior, a atual campanha ficou 0,13 ponto percentual à frente da média dos últimos cinco anos para o mesmo período.
Os dados do IMEA mostram que a curva de evolução da semeadura, iniciada em janeiro, seguiu de forma consistente ao longo de fevereiro e março, acompanhando o intervalo entre o mínimo e o máximo registrados nas cinco safras anteriores. A marca de 100% supera o índice alcançado na mesma data da safra 2023/24, que foi de 99,87%.
A janela de plantio adequada, especialmente para o milho safrinha, é um fator estratégico para o potencial produtivo. A agilidade na colheita da soja foi determinante para a manutenção do cronograma de plantio do milho em muitas regiões produtoras, ainda que tenha havido atrasos pontuais no início da operação.
Colheita da soja chega ao fim com ritmo acima da média
A colheita da soja também apresenta forte desempenho. Com avanço de 0,44 ponto percentual nesta última semana, o estado alcançou 99,92% da área colhida. As regiões Centro-Sul e Nordeste estão praticamente finalizadas, com 100% e 99,94%, respectivamente. No Oeste, o índice chegou a 99,47%, enquanto o Sudeste atingiu 99,91%.
O desempenho da safra 2024/25 supera levemente os números da temporada anterior (98,97%) e da média das últimas cinco safras (99,68%) para o mesmo período. O gráfico divulgado pelo IMEA indica que a colheita deste ciclo manteve-se ao longo de toda a curva dentro do intervalo superior da série histórica.
As condições climáticas mais favoráveis nas últimas semanas permitiram o avanço das colheitadeiras, especialmente em áreas que enfrentaram chuvas intensas no início da operação, entre janeiro e fevereiro. Com o fim da colheita, os produtores concentram seus esforços na comercialização da soja e no planejamento das culturas subsequentes.
Impactos no calendário agrícola e na produtividade
A sincronia entre colheita e plantio tem papel fundamental no desempenho das lavouras, sobretudo no caso do milho segunda safra. O ciclo do milho em Mato Grosso depende diretamente da liberação rápida das áreas de soja para garantir o cultivo dentro da janela ideal, que vai até meados de março. O encerramento do plantio no final de março, portanto, ainda é considerado tecnicamente viável, embora aumente a exposição das lavouras a riscos climáticos, como a estiagem no enchimento de grãos.
Por outro lado, o ritmo mais avançado da colheita de soja contribuiu para mitigar esse risco. A produtividade média final da soja ainda está sendo consolidada pelo IMEA, mas os relatos de campo apontam para variações expressivas entre regiões, com impacto das irregularidades pluviométricas observadas no início do ciclo.
Monitoramento e expectativa para o milho
Com a conclusão da semeadura, o foco agora se volta ao monitoramento das lavouras de milho. As condições de clima nos próximos 60 dias serão determinantes para o potencial produtivo da safra. Além da expectativa de rendimento, os custos de produção e a volatilidade dos preços no mercado internacional seguem como pontos de atenção para os produtores.
O IMEA deve divulgar, nas próximas semanas, novas estimativas de produtividade e comercialização do milho, com atualização das projeções de safra para o ciclo 2024/25.
Fonte: Agro & Prosa
