Os preços dos feijões de melhor qualidade seguem firmes para o produtor, enquanto os produtos “comerciais” têm queda, informa o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, o Cepea/USP. As cotações cedem especialmente nas regiões em que o volume ofertado ao mercado aumentou com a colheita da segunda safra.
Como a disponibilidade de lotes de feijão de qualidade superior é limitada no mercado brasileiro, os valores de negociação continuam firmes. Em Belo Horizonte (MG), o Feijão Carioca peneira 12 e notas 9 ou superiores, mesmo em queda de quase 3,5% na semana passada, era negociado em média a R$ 243,93 a saca de 60 quilos. Em Goiás a saca rondava a faixa de R$ 251,00 e em Itapeva (SP) acima de R$ 278,00.
Já para os chamados “grãos comerciais”, até dia 18/06, a oferta de produto de safras anteriores somada ao avanço da colheita atual faz com que os preços caiam acentuadamente. Em Goiás feijões com notas mais baixas recuavam 1,60%, em média a R$ 200,35 a saca. A situação estava mais complicada na metade Sul do Paraná, onde a saca era negociada a R$ 171,11, recuo de 4,25%. Já em Belo Horizonte (MG), o feijão Carioca com notas 8 e 8,5 (mais baixas) apresentou alta de quase 2% no último dia 18 de junho, negociado a R$ 220,00 a saca em média, informa o Cepea/USP. Esse aumento decorre da dificuldade dos compradores em adquirir feijão de qualidade e de repassar os preços mais altos para o varejo.
Na região Oeste da Bahia, corretores da Bolsa Brasileira de Mercadorias, a BBM, informavam que até dia 18/06, feijão com nota 8,5 era negociado em média a R$ 210,55 a saca a vista, queda de 6,15% nos últimos 30 dias. Em Unaí e Paracatu (MG), não foi muito diferente: R$ 237,35 a saca de feijão “comercial”, queda de 5,44% nas últimas semanas.
Como anda a colheita
No campo, quase 90% da área do Paraná foi colhida até fim da primeira quinzena de junho, segundo apurou o Departamento de Economia Rural, o Deral, da Secretaria de Agricultura do estado. Em Santa Catarina, a Epagri/Cepa indicou que 94% da área foi colhida. No Rio Grande do Sul, a Emater/RS-Ascar informou que a colheita no estado caminhava para o fim, mas foram interrompidas e impactadas pelas chuvas constantes.
Em Minas Gerais, a Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab, apontou que produtores iniciaram a colheita da segunda safra. Em Goiás os produtores já iniciam a colheita nas áreas mais precoces. O trabalho no campo continua: na Bahia e em Minas Gerais a semeadura para a terceira safra avança e as condições para o desenvolvimento das lavouras são favoráveis.
Fonte: R7