O sorgo, um dos cereais mais cultivados do mundo, segue ganhando destaque no Brasil, com a área plantada crescendo a cada safra, atingindo 1,5 milhão de hectares e uma produtividade média de 3.225 kg/hectare, de acordo com dados da Consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio.
A produção está concentrada principalmente em Goiás, Minas Gerais, Bahia e São Paulo. Tradicionalmente cultivado para a alimentação animal, esse cultivo tem se consolidado não apenas como uma alternativa estratégica para a rotação de culturas, mas também como uma fonte importante de alimentos para consumo humano e biocombustíveis.
“Essa versatilidade e a crescente liquidez somada a atratividade financeira torna o sorgo cada vez mais reconhecido e adotado pelos agricultores. Considerado uma das opções mais flexíveis para cultivos segunda safra, devido à sua adaptabilidade ao clima e resistência ao estresse hídrico, pode ser cultivado em regiões com menor disponibilidade de água no inverno”, explica o engenheiro agrônomo e gerente de Marketing Regional da IHARA, Valdumiro Garcia.
Com grande potencial para a produção de etanol, o sorgo é uma matéria-prima promissora na indústria de biocombustíveis. Além disso, esse cultivo se adapta bem a solos com limitações de fertilidade e acidez, permitindo a produção de biomassa em áreas onde outras culturas podem não prosperar. Seu ciclo de produção é mais curto, o que contribui para a redução das emissões de carbono, já que o sorgo sequestra mais CO² do solo.
Perspectivas econômicas para a cultura
Em termos econômicos, o sorgo se posiciona como uma alternativa viável para incrementar a receita do sistema produtivo, tendo custo de 20% a 30% inferior ao milho segunda safra, o que aumenta a rentabilidade no campo e torna a cultura estratégica para os produtores brasileiros.
Em relação ao preço do sorgo, estreitamente ligado ao do milho, corresponde entre 80% e 85% do valor do milho, uma vez que ambos os grãos são amplamente utilizados na alimentação animal e têm demandas de mercado semelhantes. Isso garante alta liquidez ao mercado do sorgo, grande procura no período de colheita e na entressafra, com muitas indústrias realizando contratos de compra com base nas cotações futuras do milho na B3.
“O sorgo tornou-se uma cultura estratégica que transforma desafios em oportunidades, oferecendo alta produtividade, menor custo de produção e grande adaptabilidade. Impulsiona a rentabilidade dos agricultores e garante sustentabilidade econômica e ambiental para o Brasil”, afirma o sócio-diretor da consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo.
Desafios e inovações no controle de insetos e doenças
Com as inovações tecnológicas, o sorgo tem potencial para alcançar produtividade superior a 6.000 kg/hectare, o que representa uma grande oportunidade para os produtores e uma das grandes apostas para o futuro do agronegócio brasileiro. No entanto, para garantir alto índice de produção, o agricultor precisa investir em manejo eficiente de insetos e doenças.
Nesse sentido, empresas de pesquisa e desenvolvimento de defensivos agrícolas, investe em soluções como inseticidas e fungicidas, a fim de proteger as lavouras no controle eficaz dessas ameaças, garantindo alta produtividade e rentabilidade da cultura.