Região Centro-Oeste, 13 de fevereiro de 2025

O fogo que avança sobre o Pantanal neste ano coloca em alerta pecuaristas da região

Glowing cumulus cloud on fire at dusk generated by artificial intelligence

Registrado em 2020. Mais de 500 mil hectares já foram consumidos pelas chamas no Mato Grosso do Sul, Estado que concentra 65% do bioma. Segundo especialistas, além dos incêndios, a estação seca após chuvas abaixo da média no período úmido também coloca em xeque a disponibilidade de pastagens até a primavera, quando é esperado o retorno das chuvas. “Temos um longo caminho pela frente, com pelo menos mais três a quatro meses de estiagem, e tudo pode acontecer”, diz o pesquisador da Embrapa Pantanal, Carlos Padovani. Ele sugere que os produtores ajustem a lotação dos animais nos próximos meses visando poupar a pouca pastagem que resta. “Se o pecuarista não tomar providência, vai chegar um momento em que ele vai ter que fazer descarte de animais”.

Incêndio no Pantanal: 'Fogo frio' poderia ser usado para combater  queimadas? | Jovem Pan Foi o que aconteceu em 2020, quando a falta de pastagens levou a um aumento repentino na oferta de animais no Estado. Naquele ano, o valor da arroba bovina no oeste do Mato Grosso do Sul, onde encontra-se o Pantanal, caiu de R$ 305,35 em agosto a R$ 261,03 em outubro, segundo a Famasul. Incêndio no Pantanal: ‘Fogo frio’ poderia ser usado para combater queimadas? | Jovem Pan “A grande diferença da seca deste ano é que ela chegou antes. Vamos precisar entender se as chuvas também chegarão antecipadamente ou se vamos ter um período de seca maior”, avalia o presidente Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai. Caso o cenário atual se agrave, uma das saídas para não descartar os animais seria a suplementação com rações à base de grãos. Os desafios logísticos do Pantanal, contudo, tornam a alternativa até 50% mais cara do que em outros polos produtores do país. “Como nós não temos estradas em grande parte do Pantanal, o custo de logística é elevadíssimo, principalmente para produtos de menor valor agregado como rações”, afirma o presidente da Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO), Eduardo Cruzetta.

Suas preferências de cookies

Usamos cookies para otimizar nosso site e coletar estatísticas de uso.